O Projeto

As infraestruturas de transporte são uma das principais causas de perda da biodiversidade na Península Ibérica, pelos seus efeitos negativos na fauna selvagem, a destacar:
Fotografia extraída do sítio web 20minutos
  1. Perda de hábitat, por causa da perda direta de superfícies dos hábitats. 
  2. Efeito barreira, devido à dificuldade para cruzar a via. 
  3. Mortalidade por atropelamento, ou outras causas. 
  4.  Perturbações, devido aos ruídos, emissões, iluminação, etc. 
  5. Funções ecológicas das margens: as margens convertem-se em hábitats para algumas espécies e agem como corredor de dispersão de espécies. 
Nos últimos anos está aumentando a quantidade e a qualidade da rede viária e isto, por súa vez, está a provocar um incremento dos atropelamentos de fauna. Este facto é bem conhecido quando se trata de colisões com ungulados (javali, corça), por que ocasionam notáveis danos nos veículos e mesmo aos seus ocupantes. Ora bem, a informação torna-se deficiente quando se qusier avaliar o efeito destas vias na fauna de pequenos e medianos mamíferos. Para além disso, as colisões com espécies de ungulados podem ocasionar importantes acidentes rodoviários, bem como incrementar os problemas de conservação de algumas espécies com a consequente perda de biodiversidade.

O Grupo para o Estudio dos Animais Salvaxes (GEAS) iniciou em 2005 um primeiro estudo preliminar para o conhecement da mortandade de vertebrados por atropelamentos, publicado no primeiro número do boletim Myotis, e cujos resultados preliminares foram expostos num painel nas VIII jornadas da SECEM, celebradas em Valência (Espanha) em Dezembro de 2005, e publicadas no número dois do boletim Myotis.

Desde esse momento, sistematicamente, os sócios e colaboradores de GEAS registam atropelamentos acontecidos nas estradas galegas, o que nos permitiu um melhor conhecimento da distribuição e biologia das espécies afetadas.

Anos depois, já na atualidade, a maior utilização de smartphones, e a existência de aplicações para dispositivos Android fizeram possível o registro, mediante o GPS, dos atropelamentos. Assim, de uma forma intuitiva e singela, podemos abordar este apaixonante projeto de criação de uma Rede Ibérica de Seguimento de Fauna Atropelada, juntamente com a "Asociacion de Alumnos y Exalumnos de Ciencias Ambientales de la UNED (universidade aberta espanhola)", constituindo uma rede de colaboradores na Espanha e em Portugal, que fará possível conhecer o impacto real que a rede de infra-estruturas rodoviárias têm sobre a biodiversidade.

Os principais objectivos da RISFA são:

  1. Diferenciar as espécies mais afectadas pelos atropelamentos. 
  2. Conhecer a evolução temporária das espécies detectadas, quer na sua abundância relativa, quer na sua área de distribuição. 
  3. Comprovar se existem variações estacionais. 
  4. Detetar "pontos negros" na Rede de Estradas Peninsular. 
  5. Assinalar os condicionantes que influem na aparição de "pontos negro". 
  6. Oferecer critérios para a prevenção e redução de atropelamentos de fauna. 

Este projeto centra-se de maneira principal, não apenas, na mortalidade por atropelamentos de mamíferos, porque ela é um dos efeitos mais notórios e aparentes das vias de transporte para a fauna, afetando um amplo número de espécies, desde aves e morcegos, até grandes mamíferos, e gerando notáveis efeitos nas populações de anfíbios (Rãs, sapos, salamandras, etc.) ou répteis que tentam cruzar as estradas. Em base ao estudo "mortalidad de vertebrados en carreteras" da Sociedad para la Conservación de los Vertebrados, pode-se afirmar que mais de 30 milhões de vertebrados estão a morrer anualmente nas estradas da península.

Se quiser colaborar conosco e conhecer mais do no nosso projeto da Rede Ibérica de Seguimento de Fauna Atropelada, não duvide em contatar-nos preenchendo o formulário da seção Colabora!, ou/e seguindo o nosso blogue e perfis dos organizadores nas redes sociais.

Faça-nos chegar qualquer outra consulta escrevendo para faunaatropelada [at] gmail [dot] com